Mosab Hassan Yousef, filho de um dos fundadores do Hamas que atuou como espião israelense (já escrevi aqui sobre a vida Mosab), conseguiu asilo político nos EUA. No mesmo período em que vemos esforços sendo feitos para unir as nações do mundo contra alguns inimigos comuns, que agora são a Coreia do Norte e o Irã, o asilo de Mosab aparece repentinamente. O Departamento de Segurança Nacional dos EUA já havia negado o asilo para ele em fevereiro deste ano, justamente por ter sido considerado como uma potencial ameaça por suas ligações com o Hamas. Mosab havia declarado, quando do lançamento de seu livro autobiográfico O Filho do Hamas, que desejava se afastar das atividades de espionagem. Observar então a repentina mudança de opinião do governo norte-americano levanta algumas suspeitas sobre a aposentadoria de Mosab.
Lembrando que o fato ocorreu na mesma semana em que foi anunciada a descoberta e a prisão de espiões russos que viviam nos EUA, tudo levanta uma sensação de que estamos assistindo um filme antigo sobre a Guerra Fria (lembrei de um com Kevin Costner, de 1987, Sem Saída, em que ele é um oficial da marinha acusado de ser um espião russo). A diferença é que agora a parceria com o governo russo é necessária, portanto a descoberta dos supostos espiões foi minimizada pelos dois governos.
Em tempos de preparação para guerra antigos inimigos se tornam aliados e espiões voltam a ter seu papel destacado.
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