terça-feira, 15 de junho de 2010

O valor da paz e da guerra

Acabei de assistir uma entrevista da prêmio Nobel da paz de 1992, Rigoberta Menchú, que lutou para denunciar a opressão e o assassinato da população indígena da Guatemala. No longo período de insurreição civil que tomou o país, por 32 anos (1962-1996), vários regimes militares foram estabelecidos, culminando na morte de cerca de 150.000 cidadãos, muitos dos quais eram camponeses índios. Houve ainda outros 50.000 cidadãos considerados desaparecidos. Os pais e irmãos de Rigoberta foram também vítimas da violência do período e ela passou a atuar cada vez mais investigando os assassinatos cometidos pelos militares. O exemplo dela e de outros anteriormente honrados com o prêmio fez renovar meu incômodo com a premiação de Obama.
Vi também a notícia das reservas minerais "encontradas" pelo exército norte-americano no Afeganistão, com jazidas de cobre, ferro, ouro, mercúrio, enxofre, cromo, berílio, lítio e muitos outros, avaliada em cerca de 1,8 trilhão de dólares. O porta-voz do exército norte-americano, coronel David Lapan, afirmou o seguinte: "Se pudermos assistir os afegãos no desenvolvimento desses recursos, isso certamente tem potencial para agregar muito à economia deles." (conforme matéria do BOL que pode ser lida aqui). Quanta coincidência!... Quanta sorte dos afegãos poderem contar com a presença dos norte-americanos no momento de tal descoberta! E nós todos que pensávamos que eles haviam feito a guerra por causa do petróleo! A mesma pesquisa por fontes minerais alternativas também vem sendo conduzida pelas autoridades norte-americanas no Iraque oficialmente desde 2006. Tinha mesmo razão Renato Russo, na música "A Canção do Senhor da Guerra":

Mais uma guerra sem razão
Já são tantas as crianças
Com armas na mão
Mas explicam novamente
Que a guerra gera empregos
E aumenta a produção...

Vejam a letra e um vídeo da música aqui.

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