domingo, 8 de maio de 2011

Bodas e assassinatos

E por onde começar? Vamos pela tal "onda de democracia" no Oriente Médio, começando pelo Egito, onde muito se falou sobre o papel das redes sociais na mobilização popular. Elas realmente tiveram um papel, de facilitar a comunicação entre uma parte dos manifestantes. Mas o movimento aconteceu pois a população como um todo, não somente os ligados nas redes, estavam insatisfeitos com o governo. Existiram então os conflitos mas essencialmente o presidente não tinha apoio de ninguém para ficar no poder. Logo começaram a falar da expansão do movimento para outros países, a tal onda democrática. Esqueceram somente que os processos sociais não funcionam dessa maneira. Países diferentes, povo diferente, interesses diferentes e temos a crise na Líbia, com um país fragmentado. Lá o movimento não teve, desde o começo, a mesma dimensão do ocorrido no Egito. Mas a onda atende a interesses de vários tipos, principalmente econômicos em ima região de petróleo. Vimos então a morte de Bin Laden, provavelmente assegurando ao Obama o segundo mandato que antes parecia ameaçado. O Obama que surge após o assassinato de Bin Laden é muito mais interessante para uma parcela da população norte-americana, aquela de essência conservadora mas sem uma definição definitiva pelos Republicanos. Ninguém mais pode duvidar da disposição ao uso da força em seu governo e de maneira mais eficiente do que nos tempos furiosos do republicano Bush, que dividia o mundo entre bons e maus... E tudo ocorreu, pelo menos na mídia, logo após o casamento do príncipe inglês! Difícil crer que os ingleses, aliados de primeira hora dos norte-americanos, não sabiam realmente de nada. O casamento revigorou a combalida monarquia inglesa, o assassinato fez o mesmo pelo governo democrata de Obama. Enquanto isso o Oriente Médio continua tentando se adaptar aos sentidos da democracia ocidental.