Mais um panorama rápido do que ocorre pelo mundo, com suas prováveis relações. A Inglaterra anunciou medidas mais rigorosas contra a imigração, que passarão a valer apartir de julho, conforme a BBC-Brasil. A medida já vem sendo criticada pois pode gerar falta de mão-de-obra qualificada, como ocorreu no começo de junho, quando houve falta de médicos para o sistema de saúde inglês e precisaram contratar médicos indianos. A questão se tornou um problema justamente pelo fato de que os médicos indianos, residentes na Inglaterra, estavam enfrentando problemas de permanência e já estavam saindo do país.
No encontro do G8 e G20 vemos que a reunião do BRIC foi cancelada pela ausência de Lula, que ficou aqui no Brasil acompanhando o problema das enchentes. Brasil, Rússia, Índia e China (o BRIC), possuem juntos 43% da população mundial conforme informações da reportagem no UOL.
Ainda na reunião do G8 o presidente Obama anunciou que os EUA continuarão controlando as forças militares da Coreia do Sul na eventualidade de qualquer novo conflito na região, conforme matéria do New York Times. O mesmo texto aborda a conclusão da investigação sobre o naufrágio do navio sul coreano Cheonan, supostamente por um torpedo disparado pelos norte coreanos. O problema: nem a China e nem a Rússia aceitam as conclusões de tal investigação. Devemos então lembrar que a Rússia é membro do G8 e também do BRIC, assim como a China é parte do G20 e do BRIC. Já viram onde estamos chegando...
Voltando ao UOL vemos uma pequena notícia sobre entrevista com Leon Panetta, diretor da CIA, afirmando que a guerra no Afeganistão foi "mais dura e mais lenta que o previsto". Ele também declarou que o Irã possuiria urânio em quantidade suficiente para produzir duas bombas nos próximos dois anos.
Para terminar voltamos ao NYT, com uma extensa matéria sobre o drama dos soldados norte-americanos enviados ao Afeganistão. O foco são os militares que deixam suas famílias para trás, com crianças pequenas. Muitos não sabem se suas prioridades foram corretas. Outros aparecem perdidos, necessitando da crença em um ideal maior do que suas confusas vidas pessoais.
As restrições à imigração na Inglaterra, justificado como uma tentativa de proteção do mercado de trabalho para seus cidadãos, revelam uma postura comum com os EUA, que já fecharam suas fronteiras e aumentaram as restrições aos estrangeiros. Ao mesmo tempo as reuniões do G8 e G20 revelam tentativas de solucionar a crise econômica, com as infinitas negociações sobre abertura de novas possibilidades ao comércio mundial. As grandes economias desejam uma fatia maior do mercado das menores, mas não desejam uma abertura equivalente para o comércio dos emergentes. As restrições de imigração apenas reforçam tal percepção. Os emergentes, como o Brasil, importam pela população, pelos recursos naturais ainda não explorados e não podem ser simplesmente invadidos, uma vez que contamos com a presença de alguns gigantes militares entre nós (como a China e a Rússia). Daí a importância do posicionamento autônomo de nosso governo nas questões internacionais, como temos visto.
Correndo em paralelo temos o retrato do drama pessoal dos militares norte-americanos, que atinge diretamente o patriotismo daquela nação. Mas trata-se aqui não mais do se discutir a retirada da região em conflito e sim de como acelerar o fim da guerra.
Nas últimas semanas vimos as sanções ao Irã serem defendidas como urgentes e o mesmo com relação a Coreia do Norte. Mas tal disposição não apareceu no caso do ataque de Israel ao navios de ajuda humanitária. Enquanto isso Obama comia um hambúrguer com Medvedev, em tema aqui já abordado.
A complexidade dos interesses em jogo é evidente, assim como as possibilidades de novos conflitos armados. E mais uma vez me lembro do discurso de Obama ao receber o nobel da paz, sobre a necessidade da guerra. Ele não estava somente falando do passado, mas do futuro.
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