Na última segunda-feira a Suprema Corte do EUA decidiu que todos os cidadãos norte-americanos podem portar armas de fogo e empregá-las em legítima defesa. A questão foi levantada através de uma ação promovida por moradores da cidade da Chicago, onde o porte de armas foi proibido 28 anos atrás. Por cinco votos contra quatro prevaleceu o entendimento de que a Constituição norte-americana garante o porte de armas para todo cidadão, direito que não pode ser limitado por nenhum estado ou cidade. Evidentemente que a Associação Nacional do Rifle (NRA) comemorou a decisão como um marco na defesa da democracia e das liberdades individuais.
Parece que realmente a definição de democracia como a ditadura da maioria ganha nos EUA cada vez mais espaço. Não se trata de propor debates públicos e chegar a consensos negociados, mas de embates entre grupos em oposição, nos quais um perde e o outro ganha. E os derrotados devem se submeter. Os problemas surgem e tomam proporção quando a diferença entre ganhadores e perdedores não é tão grande assim. Uma decisão da Suprema Corte por cinco à quatro revela muito mais a divisão de opiniões do que o encerramento de um debate.
Enquanto isso vemos o novo comandante das forças armadas norte-americanas no Afeganistão, general David Petraeus, afirmar que é provável que os combates fiquem mais intensos pelos próximos meses. Os insurgentes do Talebã atacaram hoje uma das bases da Otan na região, surgindo de várias direções, usando um carro-bomba e granadas atiradas com foguetes. Não fizeram nenhuma vítima entre os membros da Otan, pois não conseguiram atingir o seu perímetro.
Com as notícias sobre o porte de armas nos EUA e o aumento da ofensiva militar no Afeganistão parece que somente a indústria de armamentos possuí motivos para celebrar. E tudo mais uma vez em nome da liberdade, da democracia e da busca pela paz.
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