quinta-feira, 10 de junho de 2010
Em busca da coerência perdida
Com as sanções aprovadas contra o Irã o caminho futuro da região parece se complicar. A decisão tomada no Conselho de Segurança da ONU foi dividida e pode afetar ainda mais a credibilidade da instituição. Muito esforço precisará ser feito para ser provado que a ONU ainda pode representar os interesses gerais dos países que a compõem. Isso pois Israel, para pensar em um exemplo ligado à mesma região, desrespeita suas determinações, no que diz respeito à desocupação da Faixa de Gaza, há muito tempo e sem sofrer nenhum tipo de sanção. Tudo que se viu até o momento foi uma declaração de Obama pedindo ao governo israelense que coopere com a ONU nas investigações sobre o ataque aos barcos com ajuda humanitária. É pouco para uma nação que invadiu o Iraque também desrespeitando as determinações da ONU. Não é sem razão portanto que o presidente iraniano declarou que a determinação das sanções valem tanto quanto um lenço usado de papel. A situação naquela região ganha portanto mais um elemento de complicação, pelo qual as maiores vitimas serão certamente, mais uma vez, os mais inocentes, a população civil presa nos extremos de um debate sem fim, pois seus participantes já não confiam uns nos outros. Quando não há confiança mútua e a organização que deveria exerce um papel de neutralidade apresenta-se desmoralizada pelas ações de seus membros mais fortes, particularmente os EUA, qualquer conversa torna-se embate. E não há embate sem ameaça, ou efetivação, de uso da força.
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