quarta-feira, 7 de julho de 2010

Mundo sem lei

Parece que a onda de regularização do ilegal não vai acabar. Começamos por uma declaração do general norte-americano Ray Odierno, sugerindo que a ONU deveria enviar uma força de paz internacional ao Iraque quando as tropas dos EUA deixarem o território. Interessante! A invasão do Iraque foi um ato unilateral dos EUA (e seus aliados costumeiros), que foi inclusive contra as determinações da ONU. Agora surge a proposta de passarem o problema criado para a comunidade internacional! E pode não haver realmente outra opção para a ONU, diante da situação do Iraque. E assim os EUA terão legitimado sua invasão e passado um recado claro de que eles sabem o que é o melhor para o mundo.
Outra situação surge dentro dos EUA. O estado do Arizona aprovou uma lei de imigração que permite que a polícia fiscalize os documentos de pessoas paradas por qualquer infração, caso suspeitem que se trata de um estrangeiro ilegal. A medida vai certamente atingir todas as pessoas com traços latinos, que acabarão sujeitas à fiscalizações extraordinárias. O governo federal dos EUA entrou com ação contra o Arizona, por ser tal lei ilegal. O problema? Várias pesquisas realizadas nos EUA mostram que a população norte-americana é favorável a tal tipo de lei, que já estão sendo estudadas por pelo menos outros quinze estados. O crescimento desse tipo de discriminação e eliminação dos direitos estabelecidos assusta. Parece clara a mensagem de que as leis só valem se fizerem o que eles acreditam, em cada momento, ser o melhor para seus próprios interesses.
E o mesmo ocorre no caso dos espiões russos. O governo dos EUA e os advogados defesa negociam um acordo para acelerar o fim do problema. Basicamente parecem concordar em que os acusados de espionagem se declarem culpados de crimes mais leves, com penalidades menores, de modo que poderão ser deportados para a Rússia. E tudo acabaria do mesmo modo que começou.
Para não deixar o Brasil de fora vejamos uma última notícia. O ministro do STJ Paulo Medina, afastado de seu cargo por suspeita de envolvimento com a máfia dos caça-níqueis, não somente manteve seu salário, de R$ 24.400,00, como acabou de receber um apartamento funcional em Brasília, de propriedade da União. Para todos os efeitos parece que ele está de férias... Fica cada vez mais claro que o Ficha Limpa precisa atingir também o poder judiciário.

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