De tempos em tempos lemos ou ouvimos comentários sobre o que poderia acontecer com o mundo se todas as pessoas tivessem o mesmo padrão de consumo que os norte-americanos. O alerta foi feito várias vezes pela WWF, ONG que atua mundialmente na área ambiental. Basicamente estamos consumindo muito mais do que o planeta pode produzir e, a julgar pelo rumo das coisas, caminhamos para uma crise de abastecimento global. As estimativas apontam que seriam necessários quatro planetas Terra e meio para que todos nós desfrutemos do mesmo padrão de consumo do norte-americano médio.
E já não adianta imaginar que nem todos no planeta irão atingir o padrão de consumo norte-americano. Os chineses já os ultrapassaram no quesito consumo de energia. Não quer dizer que todos os cidadãos estejam consumindo mais energia individualmente, pois a média geral para os chineses ainda é um quinto do consumo feito pelo cidadão médio norte-americano. Mas o gasto feito pelas indústrias e pelos grandes centros urbanos incrementaram os números do consumo geral de energia. E como cada vez mais chineses estão prosperando economicamente as perspectivas de crescimento são enormes.
A que tudo isso nos leva? Aos intermináveis debates nos fóruns mundiais. Os governantes dos países mais ricos não podem simplesmente pedir à sua população que consuma menos, ainda mais em um momento de crise econômica. Os governantes dos países mais pobres também não podem simplesmente determinar que sua população deverá viver indeterminadamente em patamares de subsistência, sem almejar por nenhuma prosperidade. Surgem então as soluções tradicionais travestidas pelo discurso da modernidade: conquistar novas áreas para exploração, quer seja através da subordinação econômica e política, quer seja com o emprego da força militar. E voltam os espiões, as ameaças nucleares, os exercícios militares, a busca por alianças.
Uma observação final apenas: são os mesmos fatores que transformam o risco de explorar petróleo em grandes profundidades em uma necessidade. A necessidade de manter o sistema e adiar as mudanças cada vez mais inevitáveis.
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