sábado, 7 de agosto de 2010

O público e o privado na crise econômica

Quando a atual crise econômica surgiu foram os Estados, com dinheiro público, que tiveram que socorrer às empresas privadas. Pacotes e mais pacotes de ajuda foram aprovados, para evitar que mais bancos fechassem suas portas, que empresas falissem, principalmente nos EUA já governado por Obama, mas ações similares foram realizadas em praticamente todos os países. O presidente Lula chegou a declarar, ironizando com o discurso liberal e neoliberal de empresários/economistas que sempre defenderam a existência de um Estado pequeno
"Agora quem vai salvá-los é o Estado, que eles diziam que não servia para nada"
E parece que o Estado ainda terá muitas contas para pagar. Principalmente nos EUA, bastião mundial da imposição do modelo neoliberal. Mesmo com todos os investimentos estatais o setor privado nos EUA perdeu 130 mil empregos somente no mês de julho. O resultado foi desanimador e também preocupante por indicar que o ritmo de crescimento dos norte-americanos no terceiro trimestre será ainda menor do que no segundo.
Assim é que os agentes e defensores do mercado livre revelam suas prioridades. Quanto a crise chega tratam de defender seus interesses, cortam todos os investimentos e jogam toda responsabilidade para o Estado, que é a mesma coisa que jogar os prejuízos nas costas de toda população. É a velha lógica da socialização das perdas, discutida pelo economista brasileiro Celso Furtado: os lucros são privados e só pertencem a um pequeno grupo, mas os prejuízos devem ser compartilhados com toda a sociedade.
E crescem as intervenções, as ameaças de conflito, em busca de mercados e fontes de energia. A liberdade de mercado? Significa somente que os grandes fazem tudo o que querem e os pequenos pagam a conta.

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