segunda-feira, 2 de setembro de 2013
segunda-feira, 26 de agosto de 2013
domingo, 25 de agosto de 2013
segunda-feira, 19 de agosto de 2013
segunda-feira, 8 de julho de 2013
Médicos saem às ruas mas não vão ao Norte e Nordeste...
Saiu assim na Folha de S. Paulo:
Existe também o problema da tal "pressão" que veio das ruas. As coisas estão se misturando. Sair pedindo mudanças e conseguir dobrar parte dos políticos é uma coisa. Mas agora parece que estamos diante de uma situação extrema: saio para a rua e não importando a minha real representatividade quero ser atendido! Ainda que não faça o menor sentido dentro do quadro geral da Nação! Já ouvi mais de uma vez que tudo não passava de uma articulação para um golpe comunista que esses médicos de Cuba iriam ajudar a preparar! Não faz o menor sentido! A galera que sai de Cuba para trabalhar como médico reclama do regime cubano justamente por não lhes permitir acumular dinheiro! A própria matéria que compartilho mostra isso! Esses médicos cubanos não são agentes de propagação do comunismo! Claro que pode haver alguns mais próximos de tal ideal, mas isto não é diferente do que temos aqui mesmo no Brasil! E tem outra: se os comunistas forem aqueles que no final das contas vão até lá atender a população pobre que precisa um viva para eles! Está com medo? Sair em passeata na avenida paulista com dispensa de trabalho e táxi pago pelos organizadores é fácil. Difícil é encarar a realidade. Existe utilização política da questão? Claro! É óbvio! Em tudo que fazemos há interesse político, de um lado e de outro e no meio também!
Agora a parceria se voltou para Portugal e Espanha. Quero ver alguém começar a gritar! Duvido. Parece que não conseguimos nos livrar do estigma da colonização! Cubanos e bolivianos, ex-colônias como nós mesmos, não podem vir, mas europeus descendentes das nossas antigas metrópoles podem. É o ressurgimento do desejo da elite nacional (sim, os médicos estão bem no meio de tal elite e nem preciso dizer os motivos) de tornar o Brasil mais europeu? No início do século XX chamaram isso de branqueamento e sabemos (pelo menos alguns de nós...) bem no que resultou. Não temos disposição de ir até tais regiões, então chamamos os europeus para mais uma "missão civilizatória nos trópicos" antes que ela vire um reduto de comunistas latinos!
Conheço profissionais médicos que tenho verdadeiro orgulho de ter como colegas e amigos. Pessoas que não se enquadram na descrição que aqui apresento. Tenho certeza que existem outros. Mas a voz que sai para as ruas nem sempre é a voz da real necessidade e nem mesmo é sempre a voz da maioria! Negar os problemas da saúde pública seria uma tolice, mas imaginar que é preciso resolvê-los todos primeiro antes de começar a atrair médicos para tais regiões é uma insanidade! A maioria das unidades de saúde são geridas por médicos! A gestão dos hospitais está nas mãos de médicos! O ministro da saúde é médico e por todo o seu ministério existem médicos! Precisamos então de médicos gerindo tal mudança? Eles precisam estar em tais regiões primeiro! Orientando a mudança! E se for para ter um estrangeiro fazendo isso prefiro um que tenha identidade latina, de nossas luta, de nossos problemas.
E agora que o governo cedeu? O que irá acontecer? A pergunta voltou aos médicos que foram para as ruas! Não serão mais os cubanos, serão os portugueses e espanhóis, então acabou o problema? Ficaram mais aliviados? Se for assim toda a manifestação nas ruas que a mídia ficou divulgando não era uma manifestação dos médicos pela saúde, mas uma manifestação política contra Cuba! E os médicos nacionais? Vão continuar onde estavam, enquanto outros estrangeiros podem ir para as regiões brasileiras sem médicos. Fica tudo do modo que estava. E depois não vai adiantar falar que foi tudo culpa do governo, pois o tal "gigante acordou" e foi para as ruas ajudar tudo a ficar no seu devido lugar. Detesto a imagem do gigante que acorda. O gigante é sempre nas histórias uma força destruidora, quase sem cérebro, que sai quebrando tudo sem saber bem o motivo, algumas coisa até mesmo sem ver direito devido ao seu tamanho. O gigante nunca é a imagem do construtor do novo, mas é a força primitiva destruidora que nos arrasta para o estado anterior, que arrasa tudo. Esse tipo de gigante eu gostaria de ver fora das ruas, cedendo espaço para o povo e suas necessidades.
Brasil desiste de vinda de 6.000 médicos cubanos
Notícia preocupante. Vamos lá dizer os motivos. As reclamação dos médicos brasileiros que foram para as ruas é de que o necessário é que haja investimentos na saúde, que a carreira seja atrativa, que então não faltarão médicos nas regiões mais pobres do Brasil. Mentira pura! Se houvesse essa tal estrutura nessas regiões elas não seriam o que são hoje, então não iriam precisar atrair médicos de outros estados. Essa estrutura de que falam demora para construir, ao contrário do que algumas mentes toscas pensam não se reforma uma situação ruim por decreto ou simplesmente comprando materiais, como bem demonstram algumas obras de hospitais aqui mesmo do Sudeste que estão paradas com equipamentos estragando. E enquanto não se constrói tal estrutura o que pedem ao povo? Que espere! Que aguarde que os abnegados profissionais médicos irão para lá quando as coisas forem melhores! Balela pura! Quem vive no Sudeste não quer ir morar nas outras regiões por vários outros motivos! Já se divulgou bastante que nem mesmo salários altos atraíram médicos para os concursos na região Norte e Nordeste. Por que? A verdade é simples: não eram altos o bastante! Um salário de 20 mil reais é pouco para os padrões almejados por uma grande parte dos que hoje cursam medicina. A média salarial de suas famílias é muito maior do que isso, principalmente entre aqueles que estudaram nas instituições privadas. Não é só a estrutura de trabalho o problema, é a estrutura de vida, a cultura diferente, tudo aquilo com o qual estão acostumados e vão ter que deixar de lado. Isso tudo vai mudar por decreto? Já sabem a resposta.Existe também o problema da tal "pressão" que veio das ruas. As coisas estão se misturando. Sair pedindo mudanças e conseguir dobrar parte dos políticos é uma coisa. Mas agora parece que estamos diante de uma situação extrema: saio para a rua e não importando a minha real representatividade quero ser atendido! Ainda que não faça o menor sentido dentro do quadro geral da Nação! Já ouvi mais de uma vez que tudo não passava de uma articulação para um golpe comunista que esses médicos de Cuba iriam ajudar a preparar! Não faz o menor sentido! A galera que sai de Cuba para trabalhar como médico reclama do regime cubano justamente por não lhes permitir acumular dinheiro! A própria matéria que compartilho mostra isso! Esses médicos cubanos não são agentes de propagação do comunismo! Claro que pode haver alguns mais próximos de tal ideal, mas isto não é diferente do que temos aqui mesmo no Brasil! E tem outra: se os comunistas forem aqueles que no final das contas vão até lá atender a população pobre que precisa um viva para eles! Está com medo? Sair em passeata na avenida paulista com dispensa de trabalho e táxi pago pelos organizadores é fácil. Difícil é encarar a realidade. Existe utilização política da questão? Claro! É óbvio! Em tudo que fazemos há interesse político, de um lado e de outro e no meio também!
Agora a parceria se voltou para Portugal e Espanha. Quero ver alguém começar a gritar! Duvido. Parece que não conseguimos nos livrar do estigma da colonização! Cubanos e bolivianos, ex-colônias como nós mesmos, não podem vir, mas europeus descendentes das nossas antigas metrópoles podem. É o ressurgimento do desejo da elite nacional (sim, os médicos estão bem no meio de tal elite e nem preciso dizer os motivos) de tornar o Brasil mais europeu? No início do século XX chamaram isso de branqueamento e sabemos (pelo menos alguns de nós...) bem no que resultou. Não temos disposição de ir até tais regiões, então chamamos os europeus para mais uma "missão civilizatória nos trópicos" antes que ela vire um reduto de comunistas latinos!
Conheço profissionais médicos que tenho verdadeiro orgulho de ter como colegas e amigos. Pessoas que não se enquadram na descrição que aqui apresento. Tenho certeza que existem outros. Mas a voz que sai para as ruas nem sempre é a voz da real necessidade e nem mesmo é sempre a voz da maioria! Negar os problemas da saúde pública seria uma tolice, mas imaginar que é preciso resolvê-los todos primeiro antes de começar a atrair médicos para tais regiões é uma insanidade! A maioria das unidades de saúde são geridas por médicos! A gestão dos hospitais está nas mãos de médicos! O ministro da saúde é médico e por todo o seu ministério existem médicos! Precisamos então de médicos gerindo tal mudança? Eles precisam estar em tais regiões primeiro! Orientando a mudança! E se for para ter um estrangeiro fazendo isso prefiro um que tenha identidade latina, de nossas luta, de nossos problemas.
E agora que o governo cedeu? O que irá acontecer? A pergunta voltou aos médicos que foram para as ruas! Não serão mais os cubanos, serão os portugueses e espanhóis, então acabou o problema? Ficaram mais aliviados? Se for assim toda a manifestação nas ruas que a mídia ficou divulgando não era uma manifestação dos médicos pela saúde, mas uma manifestação política contra Cuba! E os médicos nacionais? Vão continuar onde estavam, enquanto outros estrangeiros podem ir para as regiões brasileiras sem médicos. Fica tudo do modo que estava. E depois não vai adiantar falar que foi tudo culpa do governo, pois o tal "gigante acordou" e foi para as ruas ajudar tudo a ficar no seu devido lugar. Detesto a imagem do gigante que acorda. O gigante é sempre nas histórias uma força destruidora, quase sem cérebro, que sai quebrando tudo sem saber bem o motivo, algumas coisa até mesmo sem ver direito devido ao seu tamanho. O gigante nunca é a imagem do construtor do novo, mas é a força primitiva destruidora que nos arrasta para o estado anterior, que arrasa tudo. Esse tipo de gigante eu gostaria de ver fora das ruas, cedendo espaço para o povo e suas necessidades.
quarta-feira, 26 de junho de 2013
O que muda com a derrota da PEC-37?
Nada muda obviamente. Os dispositivos constitucionais não foram alterados, as atribuições não foram definidas, então fica tudo como já estava. Somente o Ministério Público é que passará a ficar sob os holofotes das manifestações. Receberam seu apoio, a PEC-37 foi derrubada, então agora resta a expectativa: o que o MP vai fazer de fato! E o que se espera é que atuem em causas diversas, não somente nas que os colocam na primeira página dos jornais. A pressão das ruas é difusa, recai sobre os três poderes da República, então resta ver como vão se comportar. Principalmente o Judiciário, que não é eletivo! Sim, o Executivo e o Legislativo podem se dobrar ao peso dos votos, mas o Judiciário não é eleito, são concursados, tem estabilidade, são vitalícios. E dentro do Judiciário existem aqueles que se comportam como senhores absolutos da lei, agindo contra ela muitas vezes (lembrem do caso de Pinheirinho...). Não é uma casa de santos e abnegados servidores e o Judiciário é muito maior do que juízes e advogados. Existem vários servidores técnicos ali também. Como será então agora? As manifestações vão cobrar os funcionários públicos? Pedir o fim da morosidade? Vão cobrar honestidade dos empresários? Vão cobrar honestidade uns dos outros? Sempre digo aos meus alunos que a questão a ser resolvida começa em casa e passa pelos seus vizinhos. Não adianta ir na manifestação e depois pedir para o professor dar um "forcinha" naqueles dois pontos da prova! Não adianta querer ética e buscar aquele médico para um atestado fajuto! Querer ética e depois entregar um trabalho copiado da internet ao professor! Reclamar da situação e não querer pagar a empregada doméstica! Em suma: não adianta gritar que você quer mudanças e no seu cotidiano continuar agindo para forçar tudo a voltar ao seu antigo lugar!
Por tudo isso espero que o MP se sinta pressionado, que de fato assuma o papel que as ruas estão pedindo. Isso significa, entre outras coisas, avançar nas investigações de corrupção que envolvem partidos da oposição (que antes eram governo), PSDB, DEM, que simplesmente não aparecem em lugar nenhum! E espero que depois signifique avançar forte e investigar a sonegação fiscal das empresas e a situação trabalhista de seus funcionários. Por que pressionar aqueles que são eleitos pelo voto popular não é o mais difícil, conforme as pessoas parecem estar aprendendo. O difícil é fazer a lei que se ganha no grito se tornar realidade cotidiana.
Por tudo isso espero que o MP se sinta pressionado, que de fato assuma o papel que as ruas estão pedindo. Isso significa, entre outras coisas, avançar nas investigações de corrupção que envolvem partidos da oposição (que antes eram governo), PSDB, DEM, que simplesmente não aparecem em lugar nenhum! E espero que depois signifique avançar forte e investigar a sonegação fiscal das empresas e a situação trabalhista de seus funcionários. Por que pressionar aqueles que são eleitos pelo voto popular não é o mais difícil, conforme as pessoas parecem estar aprendendo. O difícil é fazer a lei que se ganha no grito se tornar realidade cotidiana.
sexta-feira, 26 de abril de 2013
O congresso, o supremo e essa tal democracia...
O problema dessa indignação todo com a proposta do congresso de fiscalizar algumas decisões do supremo é que as pessoas estão falando como se o judiciário fosse uma casa imaculada, de pessoas que estão ali somente por competência e que representam os interesses do povo. O judiciário brasileiro é um reduto assumidamente aristocrático, ao qual o povo não tem acesso. O Supremo não é diferente. São corporativistas e julgam conforme seus próprios interesses políticos, todos eles fazem política. Só que não possuem mandato popular! O difícil na democracia é aceitar a vontade da maioria sem cair nessa história de chamar o povo de "povão" para desqualificar justamente a participação popular! Sim quem usa o termo "povão" desse modo desqualifica a democracia e fortalece o autoritarismo aristocrático! Pensa que a vontade do povo é boa desde que seja igual a dele, "elite iluminada"! O judiciário precisa sim ser fiscalizado. Falam tanto em democracia, então que tal ficarmos indignados por não podermos eleger nossos promotores e juízes? Isso ocorre nos EUA. Imagina um juiz de uma cidade qualquer ter que vir a público pedir voto mostrando que em seu mandato os processos todos foram encaminhados e os interesses dos fazendeiros da cidade não tiveram prioridade? E lembro que saiu nesta semana mesmo uma pesquisa mostrando que a nossa população não acredita nas leis e nem no judiciário. Por que? Qualquer um que tem um processo parado na justiça por mais de uma década sabe. Procure alguém que trabalha na justiça e verifique quantas vezes por semana boa parte dos juízes vai trabalhar... Já é tempo de pararmos de pensar com essa mentalidade de que existe uma elite iluminada no judiciário (ou em qualquer outro lugar da sociedade...), coisa do período imperial, que mandava chamar de doutor quem nunca defendeu tese acadêmica! Isso não quer dizer que o congresso seja grande coisa, mas pelo menos lá temos a chance de mudar alguma coisa de quatro em quatro anos. Lembram do caso de Pinheirinho? Um juiz de São José cancelou um liminar do Supremo e permitiu a violência da desocupação. Em minha opinião fiscalizar o Supremo é pouco! O povo deve ter o direito de fiscalizar e participar de todos os nossos poderes. Na confusão da disputa política do congresso pelo menos temos um partido fiscalizando o outro, com todos os limites que conhecemos, mas no judiciário nem isto! Um juiz não fala nada sobre outro por pressuposto ético corporativo. Enfim, cuidado com um discurso pseudo iluminado e democrático, mas que esconde o velho argumento aristocrático (e positivista!!!) de que a parte mais esclarecida da sociedade é que deveria ditar as regras! Querem ver suas ideias em vigor? Convençam o povo! Vão até ele! Sujem os pés no barro dos assentamentos, quilombos e plantações. Andem pelas periferias, entrem nas escolas públicas! Saibam o que de fato esse povo pensa (e descubram aquilo que vários pesquisadores de ciências sociais já descobriram...). Cheguem onde as redes sociais não chegam! Sim!!! As redes tem o alcance limitado de quem pode pagar pela internet e também de que por aqui podemos ler somente o que nos interessa (imagino, por exemplo, que muitos já desistiram do meu texto neste momento...). Cansativo? Quem falou que o exercício da democracia é fácil?
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